Deixei de Lutar Contra Quem Deveria Caminhar Comigo

Nem todo relacionamento vem com um alerta de perigo, mas muitos deixam lições que ecoam para sempre. Neste relato emocionante, você será guiado por uma jornada de amor, expectativas, desilusões e, acima de tudo, redescoberta de si mesma. Uma história honesta e profunda, extraída diretamente do diário de Samanta Rodrigues, que mostra como a magia inicial pode se desvanecer em meio aos desafios diários e como, entre os escombros de um amor que não floresceu, é possível renascer com ainda mais força e amor próprio.

“No início, pensei que deveria ser nós dois contra o mundo, enfrentando tudo e nos divertindo juntos. A vida do jeito que está é pesada e cansativa. Modo guerra, modo sobrevivência. 

Achei que o problema fosse comigo. Questionei minhas interpretações, me julguei exigente demais e comecei a duvidar do meu próprio raciocínio lógico, que sempre considerei bom. Busquei terapia, procurei respostas na internet, e então descobri: eu estava me relacionando com alguém diagnosticado com TDAH. Você até procurou ajuda, mas não deu continuidade ao tratamento. Foi então que percebi: a culpa não era minha. O problema era que você interpretava o que eu dizia através das suas referências, e não da realidade.  

Fui deixando a culpa para trás e, no lugar dela, floresceu o desejo de viver de forma mais leve, desfrutando cada momento da vida. Para isso, preciso de alguém equilibrado e ordenado, disposto a caminhar ao meu lado e compartilhar desse plano comigo. Sei que o processo não será perfeito, mas acredito em um relacionamento construído com humildade e aprendizado mútuo. Quero um parceiro que, assim como eu, esteja aberto a ser corrigido e a crescer continuamente.

Acredito que, em qualquer tipo de relacionamento — seja amoroso, de amizade ou profissional —, o progresso só acontece quando há um diálogo honesto sobre onde podemos melhorar. E vejo isso como parte do plano de Deus ao espalhar talentos e diferentes tipos de conhecimento pelo mundo: para que exista troca e, com ela, crescimento interno. O que não posso aceitar é ser vista como uma inimiga, alguém a ser combatida em vez de compreendida.

Esse comportamento reflete o tipo de convivência social em que muitas pessoas foram criadas, marcada por críticas constantes, invasão de privacidade e desrespeito às individualidades. E o que esperar de um companheiro(a) de vida, se a base familiar, que deveria oferecer segurança moral, foi a primeira a invalidar comportamentos, negligenciar elogios e expor os erros à vergonha pública? Quando alguém cresce precisando se defender diariamente dos próprios pais ou tutores, como pode confiar plenamente em um relacionamento amoroso?

Fui criada em um ambiente de elogios, reforços positivos e correções quando necessário. Minha família me envolvia nas atividades diárias e me ensinava sobre responsabilidade e união. Você, por outro lado, veio de um cenário oposto. Isso fez com que até mesmo as palavras mais simples soassem como críticas para você. Não importava o quanto eu tentasse ser clara, suas reações eram sempre desproporcionais. Conversas viravam discussões desordenadas, e problemas pequenos se transformavam em tempestades.  

No início, parecia amor. Uma alegria intensa.  Mas, aos poucos, a verdade veio à tona. Eu me relacionei com um homem imaturo, com uma mentalidade mundana, mesmo estando dentro da Igreja. Curtidas em fotos de outras mulheres, consumo de pornografia… Essas pequenas traições morais começaram a aparecer, mas eu escolhia ignorar.  

A química nos prendia. O beijo me conectava a você, mas não ao eterno. Essa atração fazia com que eu negligenciasse os sinais. Quando suas respostas não coincidiam com o que seus olhos diziam, meu coração sabia a verdade. Mas, mesmo assim, me calei. Não queria acreditar em mim mesma, mas estava certa. E a vida, implacável, tratou de revelar o que eu não quis enxergar.  

Nossa intimidade cresceu e trouxe consigo novas crises. Uma dor no peito inexplicável. Imagens na minha mente sem referência anterior. Era como se meu corpo carregasse suas histórias, suas marcas, seus dilemas. A ciência fala sobre o impacto das trocas físicas – e a Bíblia sempre ensinou sobre o resguardo sexual antes do casamento. Entendi, então, que o corpo fala. Ele revela a verdade.  

Quando decidimos nos distanciar fisicamente, tudo ficou mais claro. A ausência do contato trouxe à tona seu caráter e suas lutas. Foi nesse momento que desconfiei do TDAH, confirmado posteriormente. Mas isso não trouxe mudanças. O diálogo piorava, você permanecia negligente, sem direção. E como alguém que não governa a si mesmo pode conduzir um relacionamento e fazer parte dessa gestão comigo?  

Você sabe o que é ver um par de alianças guardado por anos e nunca recebê-las? Elas ficaram sujas de vermelho da caixa enveludada. Está perfeita no meu dedo, mas você nunca tomou a iniciativa de fazer algo especial para mim. Depois de todas essas discussões, desentendimentos intelectuais, onde eu digo algo e você interpreta de forma distorcida, ou tenta encontrar um ponto insignificante para contrariar… Não é necessário negativar o que alguém diz para colocar sua opinião. A conversa mais agradável é aquela em que construímos um caminho, mesmo com pontos de vista diferentes.  

Todos temos batalhas internas. Alguns têm TDAH, outros um temperamento difícil, outros um emocional instável… Mas os que progridem são aqueles que olham para si mesmos e buscam, com atos concretos, mudar de vida, lapidando seu cristal no fogo, na dor.  

Se você está começando um namoro, ouça meu conselho: preserve-se. Conheçam-se sem pressa, sem envolver os corpos. Saibam quem são um para o outro antes de deixar que as emoções ou a química dominem. Conheça a família dele, observe seus valores, e, acima de tudo, mantenha sua relação com Deus como prioridade.  

Hoje, aos 37 anos, após 9 anos de um relacionamento que só me desgastou, eu entendi: amar não significa suportar tudo. O amor não é um fardo que você carrega sozinha, tentando salvar alguém de uma vida desgovernada. Escolha alguém que caminha ao seu lado, não alguém que te obriga a lutar a batalha dele.  

E se pudesse deixar um último conselho:  

Não escolha um homem que desperte em você o modo guerreira, obrigando-a a lutar contra ele, a se defender dele e a estar em constante alerta para surpresas que contradizem todas as conversas e acordos feitos. Escolha alguém que ative o melhor em você, sem exigir que você anule sua própria essência.  

Agora, só posso dizer:  Leve o meu amor para outra garota.

Samanta Rodrigues

Essa história, escrita por Paloma Frias e inspirada em um caso real, utiliza o pseudônimo Samanta Rodrigues para preservar a essência e a confidencialidade do relato.

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